Coreografias de uma professora-artista: arte, filosofia, educação e outras possibilidades docentes
Sinopse
Email da autora: rencena@gmail.com
Currículo Lattes da autora: http://lattes.cnpq.br/1977183333489732
BATISTA, Relem Machado; COELHO, Alberto d’Ávila, Coreografias de uma professora-artista: arte, filosofia, educação e outras possibilidades docentes. 2017. 84 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia) - Instituto Federal Sul-rio-grandense, Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia, Pelotas, 2017.
Grafo de Conhecimento
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Resumo:
Esta escrita dissertativa propôs cartografar os movimentos de um território de pesquisa que teve a filosofia e a arte como os agrimensores de uma docência. Por aí uma vida correu enquanto deslocamento; por aí se buscou saberes que transitavam e ganhavam consistência tornando-se matéria para o que se chamou de “LIVRO DE PROFESSORA-ARTISTA”. Sim, o já conhecido “livro de artista” se expandiu ganhando uma dimensão docente, incluindo experiências que envolvem o fazer de uma professora que também é artista, que se preocupa em organizar uma coleção de narrativas, de passagens de tempo, de trânsitos compostos por “marcas”. Como escrita dissertativa este livro se estabeleceu como uma reflexão, de um modo cuidadoso, ele foi se constituindo como um produto que nasce pela experiência de um corpo que se inscreve através de seus devires e marcas, estabelecidos nos encontros, a partir da potência do que Espinosa chamaria de “bons encontros”. Considerando leituras de Foucault, Deleuze e Guattari, alguns conceitos foram potencializadores de um olhar estrangeiro, coreografando movimentos atinentes aos afrontamentos e estranhamentos constituídos em momentos insuspeitados, possibilitando se processar algum modo genuíno de existência. Com a cartografia, método de investigação, foi conduzido modos de expressão buscando dar visibilidade as experimentações da professora-artista, nesta cartografia as experiências deram visibilidade aos movimentos de formação instaurados ao longo da trajetória de vida da professora. Há, aqui, um corpo que quis deixar-se violentar e produzir-se ao trilhar com a filosofia e a arte um território de passagem para uma docência. A pele enquanto solo atua como ponte fronteiriça, onde se expressam os diálogos sensoriais entre o corpo e o que o permeia, como passagem das reverberações, das marcas submergidas desta permeabilidade, e as potencialidades que o devir pode fabricar enquanto movimento genuíno, para tanto, aspectos que vem traduzidos por solos e possíveis movimentos de dança. Investigar tais experiências faz pensar naquelas práticas que estão imbricadas com questões de espaço-tempo, de transversalidade, de processualidades, as quais oferecem pistas a uma maneira de atuar, de operar por algum modo que vá constituindo um tornar-se docência, regulados. Assim, considerando a vida de uma professora-artista que se inaugura, na tentativa de abandonar alguns modelos de estética docentes instituídos por dadas condições de “verdade”, trazendo reflexões para recriar modos de representação institucionalizados, e através desta produção estética docente gerar saberes de si, questionando-se: como se pode estabelecer distintos modos de dialogar com o sensível? De capturar suas marcas? Como este diálogo permite trazer pistas para pensar uma formação pessoal e profissional? Será que o modo de formar-se professor extrai da vida sua condição docente? Como docência e arte podem se engendrar operando processos de subjetivação que contribuem na formação docente de uma professora-artista? Como a arte pode contribuir na formação desta professora? Como inaugurar-se docente tendo como vias a professora-artista? Em sua profissão, através das suas formações acadêmicas, a professora-artista sentiu-se, muitas vezes, imersa em metodologias de ensino, didáticas, fundamentações, estudos do humano, dissociadas de alguma coisa própria do vivido. Por isso, esta dissertação se propõe a trabalhar pelos movimentos de experimenta-se, por um corpo que se coloca em passagem no percurso da pesquisa, buscando as antropofagias, fagocitoses engendradas nas experiências componentes e componíveis que podem ir se inaugurando no próprio movimento de andar com a pesquisa. A possibilidade de olhar para si, de se deixar violentar pelas marcas, permite perceber movimentos advindos dos devires, e que podem constituir um modo de cartografar-se, já que viver pode ser experimentar-se, colocar-se a prova. Desta maneira, vai se constituindo uma estética, uma cartografia gerada nos movimentos de pesquisa, por uma pesquisadora artista buscando docência, não como forma de prescrição ou receita, mas que se possa através desse modo de escrever, mais do que representar um modo de ser, mas trazer aquilo que não se é mais, e acima de tudo o que se pretende ter como potência. Sendo assim, a escrita da dissertação gera uma ontologia de si, como uma tradução sob o ponto de vista de experiências próprias.
Palavras-chave: Cartografia; corpo; filosofia da diferença; experiência estética; formação docente.