Aprendendo sobre feminilidades e masculinidades no funk brasileiro
Sinopse
E-mail da autora:
Currículo Lattes da autora: http://lattes.cnpq.br/3587719576040512
MACHADO, Viviane Hasfeld; BICCA, Angela Dillmann Nunes (Orient). Aprendendo sobre feminilidades e masculinidades no funk brasileiro. Pelotas, RS, 2015. 89 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto Federal Sul-rio-grandense - Câmpus Pelotas, Programa de Pós-graduação em Educação - Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia. Pelotas, RS, 2015.
Grafo de Conhecimento
Gerado com aplicativo de mineração de textos - Sobek (C) UFRGS 2014 (http://sobek.ufrgs.br/)
Para ampliar: Abrir imagem em uma nova guia
Resumo
Esta dissertação – Aprendendo sobre feminilidade e masculinidade no funk brasileiro – se propõe a estudar os modos como as letras do Funk brasileiro têm contribuído para a produção de identidades de gênero considerando a ampla circulação desses textos culturais e a possibilidade de que proporcionem “aprendizagens” sobre diferentes situações da vida das pessoas. Cabe destacar que as identidades dos sujeitos não podem ser compreendidas como estáveis, duradouras ou permanentes. A noção de identidade que ganhou centralidade na era moderna e que considerava o indivíduo centrado, unificado, racional, consciente, autônomo, possuidor de um núcleo interior de características que emergia no nascimento e com ele se desenvolvia ao longo da vida, não tem explicado as rápidas transformações que as identidades culturais vêm sofrendo nesses nossos tempos líquido-modernos. Sendo assim, não há como alegar qualquer fixidez ou essência identitária quando falamos em gênero. Neste sentindo, o gênero é compreendido como uma construção social, mutável e plural, ou seja, varia ao longo da história e pode estar relacionado com outros aspectos das identidades dos indivíduos, como por exemplo, classe social, religião, etnia, nação, etc. Segundo a perspectiva teórica assumida neste texto, a linguagem não apenas descreve ações, situações e estados de coisas, mas pode fazer com que algo aconteça e por isso possui um caráter performativo. Mesmo afirmações que supostamente só descreveriam algo acabam tendo ação performativa à medida que são repetidas muitas vezes. Inserida nos Estudos Culturais de cunho pós-estruturalista, a pesquisa compreendeu as músicas contidas em onze CDs de Funk brasileiro que foram produzidos e lançados nos anos de 2013 e 2014. A análise dessas músicas mostrou que aquelas cantadas por artistas homens frequentemente tratam de uma mulher jovem, com o corpo bonito e cheio de curvas, colocando em circulação um tipo específico de feminilidade que confere destaque à sensualidade e ao uso de marcas de luxo como elementos que destacariam aquela mulher de outras. As letras das músicas que são cantadas por artistas mulheres, por sua vez, expressam, também, um tipo específico de feminilidade. Essas músicas falam de mulheres que preferem ser solteiras, que evitam compromissos para estarem sempre disponíveis para novos e passageiros relacionamentos, que querem ter a voz de comando na relação com os homens e que despertariam a inveja de outras mulheres. Além disso, a análise destacou a ênfase que o Funk tem conferido ao consumo de itens de luxo e aos relacionamentos interpessoais que seguiriam uma mesma lógica de consumo e descarte desses produtos.
Palavras-chave: Educação; pedagogias culturais; funk; pedagogias identidade; gênero.
Publicações em periódicos (relacionadas à dissertação):
Não publicou.