O complexo do trabalho como fundamento dos modelos ontológicos-didáticos hegemônicos da educação capitalista vigente
Sinopse
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OLIVEIRA, Eliézer dos Santos; SILVEIRA, Denise Nascimento (Orient.). O complexo do trabalho como fundamento dos modelos ontológicos-didáticos hegemônicos da educação capitalista vigente. Pelotas, RS, 2016. 2 v. 485 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto Federal Sul-rio-grandense - Câmpus Pelotas, Programa de Pós-graduação em Educação - Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia. Pelotas, RS, 2018.
Grafo de Conhecimento
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Resumo
Essa Dissertação realiza uma abordagem da didática a partir do referencial
teórico e metodológico elaborado pelo filósofo marxista do século XX György Lukács.
O seu pensamento ontológico-social é estudado a partir do conceito "complexo do
trabalho", o mais importante dentre os conceitos trabalhados por ele, visto ser esse o
fundamento e o modelo de toda práxis social criada pela humanidade, sendo, portanto, o
fundamento e o modelo último da práxis didática.
No intuito de evitar o uso técnico da palavra "didática", compreendida como
área do saber especificamente educacional, e para conferir-lhe a abordagem ontológica,
foi construída a categoria "modelos ontológico-didáticos". O trabalho se concentra em
dois destes modelos, ambos hegemônicos na realidade atual da educação capitalista, a
saber, o "modelo ontológico-didático taylor-fordista" e o "modelo ontológico-didático
toyotista".
Isso fez com que a pesquisa concentrasse o seu tema na relação entre "o
complexo do trabalho", "os modelos de produção industrial" e os "modelos didáticos
vigentes". O que por sua vez conduziu à seguinte formulação do problema de pesquisa:
"Os modelos didáticos hegemônicos da atualidade (do chamado "tecnicismo" e do
chamado "neotecnicismo") encontram nos atuais modelos de produção industrial
capitalista (taylor-fordista e toyotista) o seu fundamento ontológico último? Quais são,
para além dos discursos ideológicos (ideologia no sentido dado pela obra "A ideologia
alemã" de Marx e Engels") os seus fins e os seus meios reais?"
Ao redor deste problema girou uma série de outros problemas suscitados pelas
relações ontológicas existentes entre trabalho, trabalho industrial contemporâneo,
educação, pedagogia, psicologia, epistemologia, filosofia, didática, capitalismo,
realidade local e global, liberdade e determinação, transformação social e educacional,
meios e fins, etc.
Variadas são as justificativas para a realização desta pesquisa, eis algumas delas:
O autor do referencial teórico (Lukács) é um clássico do século XX que recentemente
começou a ser redescoberto pelo público brasileiro; a sua obra ontológica, recém
chegada ao país é vocacionada a tratar de crises, e, portanto, poderá ajudar na
compreensão e na solução das crises que atingem a didática – sobretudo no que diz
respeito aos modelos vigentes do taylor-fordismo e do toyotismo; a ausência de
trabalhos acadêmicos que se proponham a pensar a didática a partir do "complexo do
trabalho" da ontologia do ser social de Lukács – visto que o terreno didático é quase
todo ele tomado por abordagens não-ontológicas, tais como: pedagógicas, psicológicas,
metodológicas, e sobretudo, epistemológicas; a retomada do trabalho como princípio
educativo proposto por Karl Marx; a problematização das falsas dicotomias entre meios
e fins, conjuntura e estrutura sociais, otimismo e pessimismo educacional; dentre outras.
O principal objetivo da pesquisa reside no esforço de: “Demonstrar, a
partir da ontologia social de Lukács, mais especificamente a partir da categoria
o "complexo do trabalho‟, as relações existentes entre a atual organização do
trabalho, realizada pelos modelos de produção industrial taylor-fordista e
toyotista, e os modelos didáticos hegemônicos da educação capitalista vigente
"tecnicismo‟ e das "habilidades e competências‟.” Disto nascem cinco objetivos
específicos que tratam da análise e da relação entre esses diferentes temas
estudados: complexo do trabalho; modelos industriais; e modelos didáticos; revelando aquilo que eles pretendem esconder; identificando os seus alcances
e limites; e projetando os possíveis caminhos de sua superação.
A metodologia de pesquisa adotada coincide com o referencial teórico, ambos
caracterizados pela ontologia do ser social de Lukács, apreendida de forma bibliográfica
e colocada dialeticamente em relação com os diversos autores que tratam dos temas que
envolvem a pesquisa.
O texto encontra-se dividido em 5 capítulos. O primeiro deles trata das questões
biográficas do autor da Dissertação e de questões metodológicas; O segundo aprofunda
o conceito-chave de "complexo do trabalho" tal como ele é tratado por Lukács em sua
obra; O terceiro apresenta as aplicações que o autor da ontologia do ser social faz deste
fundamento às diversas práxis sociais, e, o autor da Dissertação, seguindo o
procedimento lukacsiano aplica esse mesmo fundamento à didática, construindo assim a
sua categoria-chave de pesquisa, a saber, os modelos ontológico-didáticos da atualidade,
taylor-fordista e toyotista; No quarto capítulo cada um destes modelos é exposto e
debatido em detalhes, constituindo-se no capítulo central da Dissertação; Por fim, no
quinto capítulo, são discutidas as possibilidades e impossibilidades de superação destes
modelos ontológico-didáticos vigentes por um pretenso "modelo ontológico-didático
emancipador". Além disto, constam dois anexos, o primeiro que versa sobre o autor e as
suas obras; e o segundo que trata especificamente da história da obra ontológica
utilizada na pesquisa.
Palavras-chave: Didática; ontologia do ser social; trabalho; Taylor-fordismo; Toyotismo, emancipação.
Publicações em periódicos (relacionadas à dissertação):
Não publicou.