Discursividades que versam sobre a estética capilar negra em estudo na literatura infantojuvenil

Autores

Tatiana Cristina Ugoski Rodrigues

Sinopse

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Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/2877280716145938

RODRIGUES, Tatiana Cristina Ugoski; GARRE, Barbara Hees (Orient.). Discursividades que versam sobre a estética capilar negra em estudo na literatura infantojuvenil. 2020. 155 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, Pelotas, 2020.

Resumo

O trabalho aqui apresentado refere-se a uma Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Educação do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, na linha de pesquisa Intervenções no espaço-tempo da Educação Básica: Filosofia, Artes e Tecnologias, que visou problematizar alguns ditos hegemônicos acerca de uma estética capilar negra que reverberam, especialmente, na literatura e em algumas mídias. Para isso, o trabalho se deu a partir de aportes teóricos dos Estudos Foucaultianos articulados aos Estudos Culturais, objetivando a análise de alguns ditos que circulam na literatura infantojuvenil direcionada às temáticas afro-brasileiras. Assim, se pretendeu olhar para alguns processos de subjetivação que produzem um modo de ser infantojuvenil negro, problematizando uma produção discursiva sobre as temáticas relacionadas aos cuidados com a estética capilar negra que reverberam na literatura, incitando esses sujeitos a adotarem certas práticas em suas rotinas pessoais, visando ao atendimento de um padrão estético capilar na contemporaneidade e reverberando tanto no espaço escolar quanto além dele. Para a realização desse estudo, se tomou como corpus empírico alguns livros infantojuvenis distribuídos pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) em conjunto com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), assim como, outros livros infantojuvenis que são amplamente comercializados e divulgados nas mídias e que versam sobre a temática da estética capilar negra desde a infância. O incentivo desse tipo de literatura é proposto no Art. 26A das Leis de Diretrizes e Bases (LDB), que sugere uma abordagem sobre a pluralidade cultural e a diversidade étnico-racial da nação brasileira, às vistas de uma promoção da igualdade racial a partir da implantação da lei 10.639/2003 que determina a inclusão de conteúdos sobre a história, a cultura, a identidade dos afrodescendentes na educação básica dos sistemas de ensino. Neste estudo, buscou-se compreender a constituição do sujeito e os processos de subjetivação a partir de enunciações recorrentes no material empírico que se articulam e reforçam sua produtividade. Com o mapeamento das enunciações, as discussões analíticas foram divididas em três unidades de análise: Práticas de negação da estética capilar: ambivalência e discursividades em fricção; Ancestralidade: sujeitos em produção; e, a fabricação de uma curva: uma produção discursiva potente. Assim, pudemos perceber algumas ressonâncias e (des)continuidades no jogo das relações de poder que se articulam na tríade ser/saber/poder. Numa engrenagem que articula um processo de subjetivação de negação da própria estética pelo qual o sujeito é subjetivado desde a infância, há um investimento de um saber histórico e ancestral sobre o corpo negro e a estética capilar crespa, tensionando relações de poder e traçando linhas de força para outras formas de subjetivação desse sujeito negro. Nessas (des)continuidades, que ora se atravessam ora se esvaem, as enunciações tomam força de verdade, posições de sujeito são fixadas, além de naturalizarem-se padrões que se apropriam de saberes numa malha de poderes que se engendram para um disciplinamento de condutas para outros modos de ser sujeitos.

Palavras-chave: Educação; Estudos Foucaultianos; Estudos Culturais; Raça; Modos de subjetivação.

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