Identidades de Escolas situadas nas Franjas Rururbanas do Município de Jaguarão/RS

Autores

Kelly Souza de Lima

Sinopse

LIMA, Kelly Souza de; BICCA, Angela Dillmann Nunes (Orient.). Identidade de escolas situadas nas franjas rururbanas do município de Jaguarão. 2015. 113 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia) - Instituto Federal Sul-rio-grandense, Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia, Pelotas, 2015.

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Resumo

Os elementos implicados na constituição de identidades de escolas estão relacionados com o local onde uma escola se insere, com as suas singularidades históricas, com os/as alunos/as e seus familiares, com os/as professores/as, com os recursos de que a escola dispõe bem como os problemas que enfrenta. Vale lembrar que não há estabilidade ou fixidez nessas identidades, elas estão sempre em construção, são formadas relativamente a outras identidades e por isso nunca se estabelecem em definitivo. Tais considerações permitiram-me refletir sobre a produção de identidades de escolas situadas em áreas do município de Jaguarão em que há importante mescla entre as dinâmicas rural e urbana, gerando zonas que têm sido referidas como rururbanas, as escolas General Antônio de Sampaio e Ceni Soares Dias. Assim abordei, nesta dissertação, os elementos implicados na constituição de identidades de escolas que dizem respeito à sua localização em áreas rururbanas a partir de entrevistas realizadas com sete professoras do município de Jaguarão que vivem e/ou trabalham nas escolas referidas. Nas entrevistas, as professoras abordaram temas tais como as atividades escolares, a localização das escolas e os sujeitos escolares. A análise, inserida nos Estudos Culturais de inspiração pós-estruturalista, abordou as representações culturais de escola que perpassaram as falas das entrevistadas e que contribuíram para diferenciá-las de outras instituições educacionais do mesmo município. Para desenvolver as análises operei com a noção de representação cultural que considera os modos como os significados são construídos através da linguagem em um processo que constitui as coisas do mundo. Dessa forma, a discussão indicou que as professoras entrevistadas representam as escolas como mais rurais do que urbanas, bem afastadas da cidade ou praticamente rurais. Situação que distinguiria essas escolas tanto daquelas que foram referidas, pelas professoras entrevistadas, como tipicamente rurais quanto das que foram qualificadas como urbanas. Tal distinção pautou-se em critérios que presume a diferenciação entre rural e urbano oriunda da divisão social do trabalho que predominou desde a revolução industrial. Além disso, tal diferenciação está implicada na focalização de “defasagens” que as escolas rururbanas teriam em função de não serem localizadas nas áreas centrais da cidade, reforçando a associação entre urbanização e progresso em contraposição a um suposto atraso do mundo rural onde não se dispõe de pavimentação, bons transportes públicos e saneamento básico. Há também, segundo as entrevistadas, diferenciações entre os/as alunos/as que vivem na zona rural e os/as que vivem em áreas urbanizadas, situação que torna melhor e mais fácil atuar em escolas com características rurais, locais onde a comunidade escolar seria mais integrada à escola do que nas áreas urbanas. As professoras entrevistadas abordaram também a suposta distância entre a “realidade” dos alunos/as das escolas em que atuam e os seus currículos, alegando que seria correto ou ideal buscar dar conta das peculiaridades da vida em áreas de forte imbricamento entre o rural e o urbano.

Palavras-chave: Identidade de escola. Zonas rururbanas. Dicotomia urbano/rural. Representação Cultural. Estudos Culturais.

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