O ensinar e aprender matemática nos anos iniciais: contribuições da formação continuada aos desafios da docência na contemporaneidade
Sinopse
MARTINS, Ana Maria Balbé; PINTO; Carmem Lúcia Lascano (Orient.). O ensinar e aprender matemática nos anos iniciais: contribuições da formação continuada aos desafios da docência na contemporaneidade. 2014. 111 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia) - Instituto Federal Sul-rio-grandense, Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia, Pelotas, 2014.
Resumo
A presente pesquisa teve por objetivo investigar as possíveis contribuições da formação continuada de professores para a adoção, em sala de aula, de abordagens na perspectiva da construção do conhecimento matemático pelos alunos. Para isso optou-se por um processo desenvolvido a partir das necessidades e interesses de cinco professoras atuantes nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em uma escola pública de Santiago/RS. No que se refere ao fazer docente, à formação e ao trabalho colaborativo, sustentaram esse percurso pesquisadores como: Nóvoa (1992, 1999, 2002, 2009); Tardif (2002); Cunha (2005); Damiani (2009); Estrela (2003); Pinto (2002, 2008 e 2009), entre outros, com destaque para a formação continuada coletivo/colaborativa, centrada nos interesses dos participantes, tida como uma alternativa para que esses assumam o seu papel frente às demandas da contemporaneidade. Para a fundamentação, no tocante à construção do conhecimento lógico-matemático pela criança, resgataram-se teóricos como Piaget, Kamii, Rangel, Toledo, entre outros, focando nas abordagens teóricas sobre a construção do número e das quatro operações básicas na Matemática. A abordagem qualitativa de pesquisa (BOGDAN e BIKLEN, 1994), através da pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011), foi a escolha metodológica que orientou a investigação. As intervenções ocorreram através de oficinas pedagógicas de periodicidade mensal, em que se realizaram: estudos, reflexões sobre a aprendizagem matemática dos participantes e de seus alunos, reflexão sobre a prática e ação sobre objetos concretos. A Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977) mostrou que a formação favoreceu a percepção das professoras participantes sobre a aprendizagem matemática, propiciou maior familiaridade com as abordagens metodológicas com materiais concretos e levou à melhoria da aprendizagem. O percurso vivido evidenciou os benefícios de um processo centrado nas necessidades e expectativas de seus integrantes para favorecer a autonomia docente e a condição de inovar. A investigação revelou que o coletivo pode se tornar um apoio à formação e à mudança, quando estabelecida uma relação de confiança entre os participantes e com o profissional que coordena as ações. Assim os docentes são capazes de revelar dificuldades que se tornam material para a intervenção situada. O coletivo, no sentido colaborativo, estimulado pela formação, foi determinante, ainda, na qualificação da reflexão sobre a prática e no estímulo ao desejo de realizar a formação. Alguns aspectos do âmbito organizacional foram totalmente favoráveis à formação, tais como a realização dos encontros dentro do horário de trabalho e o atendimento das turmas por estagiárias. Já a periodicidade dificultou o desenvolvimento das atividades, consistindo, por isso, numa questão a ser revista.
Palavras-chave: Educação. Formação continuada de professores. Aprendizagem matemática. Anos Iniciais.