Tecnologia e identidade docente: o professor de língua materna na era da cibercultura
Sinopse
MARCHAND, Julio Mario da Silveira; CUNHA, Ana Paula de Araújo (Orient.). Tecnologia e identidade docente: o professor de língua materna na era da cibercultura. 2014. 143 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia) - Instituto Federal Sul-rio-grandense, Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia, Pelotas, 2014.
Resumo
O presente estudo traduz-se em uma pesquisa qualitativa que visa refletir acerca da crescente disseminação das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) e suas possíveis implicações no que tange à constituição identitária do docente e aos reflexos observáveis em seu fazer pedagógico. Considerando-se a asserção de Hall (1998), segundo a qual o sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado, composto não de uma, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias e não resolvidas, esta investigação procurou identificar traços desse professor dotado de identidade(s) e dividido entre o fazer tradicional, que conforta e acomoda, e o fazer contemporâneo, que o arranca de sua zona de conforto, da posição de detentor único do saber. Mais especificamente, à luz de pressupostos concernentes a questões que envolvem o letramento do professor no universo virtual (SOARES, 2002), além de estudos que possam contribuir, em alguma extensão, para que se entenda o processo de formação da identidade do docente que vive em um contexto em que a cada dia eclodem novas formas de ferramentas tecnológicas (cf. HALL, 1998; DEMO, 2009; MORAN, 2009-10; GIDDENS, 2002; BAUMAN, 2001-05; LÉVY, 1999), investigaram-se indícios de mudanças identitárias de um grupo restrito de professores de língua portuguesa, de escolas das redes pública e privada de ensino, resultantes da crescente necessidade da inserção das NTIC no contexto de sala de aula. No intuito de se traçar o perfil identitário dos sujeitos alvos da pesquisa, procedeu-se a coleta de dados, a qual se deu por meio de entrevista, gravação e questionário, instrumentos esses elaborados de tal modo a suscitar nos professores a verbalização de aspectos pertinentes à sua formação e atuação profissional e à imagem que têm de si na era da cibercultura. A partir de tais elementos, emergiram as categorias fundamentais de análise que nortearam as reflexões articuladas. Percebeu-se, em síntese, que as professoras investigadas encontram-se divididas entre um discurso vigente (o professor precisa utilizar as NTIC em sala de aula) e uma realidade que dificulta essa prática pedagógica.
Palavras-chave: Tecnologia. Identidade. Professor de língua materna. Cibercultura. Educação.