Entre olhares de um processo de cegueira

Autores

Juliana Zaffalon Rodrigues

Sinopse

E-mail da autora:  juliana.zaffalon@gmail.com

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0707421628374728

RODRIGUES, Juliana Zaffalon; ARAUJO, Róger Albernaz de (Orient.). Entre olhares de um processo de cegueira. 2017. 101 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia) - Instituto Federal Sul-rio-grandense, Pelotas, 2017. 

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Grafo de Conhecimento

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Resumo

O presente trabalho debruça-se sobre um percurso de deslocamentos da pesquisa acerca de outras perspectivas de percepção e de afecção do conceito de cegueira. Nesse sentido, a pesquisa produz uma entrada, a partir do que significa a cegueira no discurso corrente: falta de vista; estado do que é cego; incapacidade de ver; ablepsia; ignorância, obcecação, fanatismo. Então, desloca-se na tentativa de percepção dos modos como a cegueira acontece. Encontra uma posição inferior àqueles considerados normais.Problematiza, se os cegos tem a capacidade de enxergar utilizando outros sentidos: tato, paladar, olfato, audição; que mobilizam outros órgãos, que não, exclusivamente, os olhos; condição de possibilidade de criar imagens de um modo singular. Imaginação, sensações, vivências, que impulsionam a enxergar para além do que os olhos pensam que veem. Com isso foi possível criar cenas, roteiros, movimentos, cores; um processo que sensibilizou a distorção do olhar; uma sensibilidade que excedeu o olhar e disponibilizou ao cego a possibilidade de poder perceber as coisas ao seu redor de diferentes modos, por outros regimes de signos. Percebe-se: não poder ver, não implica necessariamente, não enxergar. Inicialmente, o desejo deste trabalho era o de, por meio de conversas com pessoas caracterizadas como cegas, problematizar o conceito de olhar, como forma de aproximar percepções, sensações e sentidos, acerca da experiência daqueles que são taxados como cegos. Desejava-se entender como as pessoas cegas lidam com o cotidiano, como elas produzem suas relações, como utilizam a tecnologia e as redes sociais. Desejava-se aproximar os processos de subjetivação implicados nestes encontros com o outro, com a música, com os animais, consigo e com um modo singular de olhar a vida. Porém, mais do que responder questões, a pesquisa inventou problematizações; produziu outras perspectivas para as coisas, a partir da visão de quem enxerga para além dos olhos. De algum modo, essa pesquisa, transcende a dualidade cego/vidente, claridade/escuridão, normal/deficiente, em um modo de resistência ao sentido social vigente, que impõe ao cego enxergar pelo modelo daquele que enxerga; A pesquisa aprende com o cego, no acontecimento-cegueira aquilo que os olhos não veem; transcria uma perspectiva de olhar e de pensar, pela qual a cegueira torna-se um processo inerente a qualquer pessoa, seja cega ou vidente. Então, a partir dos procedimentos de pesquisa, o método maquinatório cria “cenas de uma cegueira inventada”, pelas quais problematiza os modos de cegueira que compõem o cotidiano da vida contemporânea.

Palavras-chave: Educação; Cegueira; Diferença; Maquinação; Transcriação.

 

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